Tuesday 11 May 2010

A Morte do Menino Solitário


Esta é a estória do menino solitário
que não queria mais viver...

Na segunda foi limpar a espingarda
e num inesperado ato do destino
a bala atingiu o peito do menino
em desparada.

Na terça foi ser mestre cuca,
cortou legumes ao lado do fogão.
E por acidente a lâmina do facão
enterrou-se por inteiro em sua nuca.

Na quarta foi passear de trem,
andou nos trilhos da estação.
Por coincidência, veio um vagão
e atropelou seu ser ninguém.

Na quinta foi pro banheiro
de braços dados com a navalha.
E por obra do acaso, numa falha
manchou de sangue seu corpo inteiro.

Na sexta foi a uma festa
repleta de drogas e álcool.
Cherou, picou, bebeu e fumou
até que em choque, caiu batendo a testa.

No sábado foi pra montanha
ver a beleza do topo do mundo.
Mas atirou-se no abismo profundo
sentindo a brisa em suas entranhas.

No domingo, o menino solitário
quis viver e da morte esqueceu.
Foi para a cama com sorriso nos lábios
e morreu.


©Marc Fortuna (Lord Fortuna of Lancaster), 06/03/2002

In Focus



A Morte


Eu morro se tu partires
Tu morres se me aproximo...

Assim é a vida !


©Marc Fortuna (Lord Fortuna of Lancaster), 17/01/2002

A criança tem que sonhar...


A criança tem que estudar,
tem que brincar,
tem que sorrir.

A criança tem que sonhar,
tem que aprontar,
tem que sentir.

Não transfira para seus filhos
a responsabilidade de serem pais.
Trabalho escravo, nunca mais !



©Marc Fortuna (Lord Fortuna of Lancaster), 23/10/2008

In Focus



A cena do aceno de Senna


Corro no asfalto sem dono, que outrora era seu
A pista molhada de chuva
O asfalto molhando o pneu
Caminhos brilhantes de um homem que um dia foi deus.

Eu busco na estrada a cena do aceno
A cena do aceno de Senna
Menino travesso, figura serena
Herói sem fronteiras, paixão brasileira.

Menino deus
Alma gêmea dos anseios brasileiros
A cena do aceno de Senna
A cena do sorriso de Senna
A cena de Senna
Sem cena
Só Senna.

Senna
Sonhar é preciso
E você foi o sonho de todos nós
Sonhar, meu amigo
É pensar em você e não mais nos sentir sós.

Nos vergéis, as falenas fazem grande alarido
É o som do crepúsculo rompendo a aurora
Pensar no Senna herói
Pensar no Senna Ayrton
É acreditar que você não foi embora.

Por isso a lembrança afoga a dor
E a sua presença é constante
Amizade, carinho, estima e amor
São sentimentos mágicos
É você a cada instante.


©Marc Fortuna (Lord Fortuna of Lancaster)


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* Gravado pelo grupo "Rapsódicos do Brasil" — Letra: Marc Fortuna / Música: Olívia Dias

Sunday 9 May 2010

A Ave e o Trem

Diz a lenda do destino
que a ave era a mais bela,
suas cores de aquarela
e seu canto vespertino
encantavam toda a Terra.

Diz o velho maquinista
que o trem era o mais belo,
seus vagões de forte ferro
pelos trilhos de Altavista
tinham o som do bravo berro.

E um dia os dois se cruzaram
ave e trem se apaixonaram...

O trem seguia no trilho
e a ave feliz ao trem seguia
quando parava tocava o apito
era quando água ela bebia.

Mas quis o destino e o maquinista
[já cansado]
mudar a história dos dois:
maquinista aposentou-se e depois
o trem [quebrado]
no galpão foi encostado
tendo a ave a esperá-lo no telhado.

E um dia os dois descansaram
Ave e trem não mais se acompanharam.


©Marc Fortuna (Lord Fortuna of Lancaster) - 21/01/2000

Wednesday 5 May 2010

In Focus

Lord Fortuna of Lancaster in Torquay (the British Riviera)

5 Mulheres

Numa noite de calor
Olho teus olhos cor-de-mel
Rainha da mulher-flor
Mãe, mulher, estrela do céu
Alegria de menina e seu barquinho de papel.

Num dia repleto de sol
A flor de sua face sorriu
Iluminou a praia - o farol
Regou a flor que se abriu.

Deus te fez mulher
Ouro das terras dos reis
Rainha do bem-me-quer
A força da vida te fez.

Hoje eu canto a você
E abençôo a tua existência
Linda mulher, senhora da vida
Enquanto houver o nascer
Navegarás pelo mar da essência
Amarás e te tornarás querida.

Antes do fim da tarde
Diamantes se farão perto de ti
E a mais bela estrela que vi
Luz trará ao sol que arde.
Amarás, bela mulher
Iluminarás a flor do bem-me-quer
Dedico a ti esta canção
E te entrego a rima de meu coração.


©Marc Fortuna (Lord Fortuna of Lancaster)

1890

1890
a pequena Agatha nascia
[Miller].
E o futuro que a vida enfeita
a chamaria
Christie.

Vilã ou mocinha — quem sabe ?!
Mas do crime perfeito — a rainha,
até que em morte tudo se acabe.


©Marc Fortuna (Lord Fortuna of Lancaster), 10/01/2001